Caetana Aguiar descreve a sua experiência no Curso de Música Moderna da RockSchool Porto

Caetana Aguiar descreve a sua experiência no Curso de Música Moderna da RockSchool Porto

No início de julho de 2022 a turma de 2020 do Curso de Música Moderna Level 3 da RSL Awards da RockSchool Porto terminou uma etapa que teve a duração de 2 anos, um formação prática com foco em diferentes disciplinas tais como performance, produção musical, técnicas de ensaio, composição, teoria musical, indústria musical, entre outras. Vertentes que são essenciais para um futuro no percurso profissional de um músico.

Assim, juntamos alguns alumnis desta turma e fizemos algumas questões acerca do curso e futuro. Junta-te a nós e vê o que eles acharam desta formação ao longo destes 2 anos. Começamos pela Caetana Aguiar, vê o que ela tem dizer sobre este curso!


A ENTREVISTA

O que te fez escolher este curso da RockSchool Porto?
Inicialmente, em 2019, quando entrei na RockSchool Porto, entrei como aluna externa e apenas pertencia ao combo Jukebox. Entretanto, toda uma pandemia aconteceu e quando voltámos à escola ouvimos um “zum-zum” sobre um curso de música que ia abrir. Este curso incluía disciplinas de combo, instrumento, arranjo e composição, escuta e análise, produção musical... fiquei logo muito interessada. 

Tendo eu completado o 5º Grau de Formação Musical e Piano Clássico no Conservatório de Música do Porto, encontrei uma escola que me mostrou que a música não tem de “ser uma seca” ou “mega rigorosa” e onde ser o melhor não é o mais importante. A música é de facto uma linguagem que une pessoas e nos faz esquecer tudo o que vai para além das quatro paredes da sala de ensaio.

Eu escolhi este curso porque queria ter aulas de canto e evoluir nesse sentido. Tendo a possibilidade de juntar ao Canto, aulas de teoria, composição, escuta e análise, produção musical... era impossível não ter agarrado esta oportunidade. Era uma mais-valia e iria adquirir competências e conhecimentos novos que me iam enriquecer enquanto música e, principalmente, enquanto pessoa.

No geral qual é a tua opinião acerca deste curso da RockSchool Porto, ou como foi a tua experiência na RockSchool Porto?
Na primeira reunião sobre o curso, estavam as pessoas que iriam pertencer à primeira turma de VQs nível 3 da RockSchool Porto. Éramos 6 ou 7 e a forma como todos nos demos logo desde início é quase inexplicável. Cada vez que penso nestes últimos dois anos, sinto umas borboletas na barriga. Lembro-me do nervosismo e da insegurança que sentia no início. Lembro a alegria com que ia para a RockSchool Porto e como era tão bom ensaiar e falar sobre música durante horas e horas.

Houve um concerto mais ou menos a meio do curso no qual um professor me disse assim: “Vocês não parecem uma turma. Parecem uma banda.” Esta frase marcou-me e trouxe-a comigo até hoje. Todos nós abdicámos de muitos acontecimentos nas nossas vidas pessoais para frequentar este curso e estar presente nas aulas, nos ensaios, nos concertos e nos pequenos gigs que iam aparecendo. Não vou mentir, este curso ocupa muito tempo e é preciso uma entrega grande para de facto aproveitar ao máximo tudo o que tem para nos oferecer. Houve muitas vezes em que as aulas iam até as 20h ou 21h, jantávamos qualquer coisa rápida e os ensaios estendiam-se até às 23h e até 00h. No dia seguinte todos estávamos na faculdade às 9 da manhã. Mas sinceramente, haverá melhor que isto? Há um sentido grande de responsabilidade, dedicação, respeito e compromisso que se assume ao aceitar esta experiência e, quando todos o fazem, o resultado é mesmo gratificante e enriquecedor. É um compromisso de grupo que tem um impacto enorme no ambiente entre nós e no resultado musical, principalmente em palco.

Ver 5 ou 6 pessoas que se estão a divertir em palco, que comunicam com o olhar, que gostam do trabalho uns dos outros, que dão dicas, pedem conselhos, que se completam é raro e é tão bom. 

Todos os nossos professores tiveram um papel incansável em todo este percurso. Sempre muito acessíveis, dispostos a ouvir as nossas propostas e, além de tudo, interessados no nosso trabalho enquanto banda, enquanto alunos e mais importante, enquanto artistas. De um conhecimento gigante, empenhavam-se em transmiti-lo para nós, fazendo com que crescêssemos. E é visível. Olhando para o início do curso e olhando para nós agora, todos crescemos. Este curso dá-nos ferramentas que levamos connosco na nossa vida e que usamos frequentemente.

Graças aos VQ’s, tivemos a oportunidade de viver experiências que de outro modo não teriam acontecido. A nossa musicalidade, a nossa postura em palco, a nossa técnica, o nosso conhecimento, o nosso ouvido, a nossa sensibilidade... todos estes parâmetros, entre tantos outros, melhoraram e chegaram a níveis bastante elevados.

Que conteúdos é que achaste mais interessantes e úteis ao longo deste curso?
Arranjo e composição foi um bicho de sete cabeças. No início, saía das aulas a saber ainda menos do que o que sabia quando lá entrava. Até um dia. De repente, tudo começou a fazer sentido e a forma como tudo se liga e se completa é inacreditável. Esta foi uma disciplina que me deu dores de cabeça, mas que gostei bastante e que de facto é muito importante para quem quer perceber o porquê de a música ser assim.

Live Performance, a disciplina de Combo, era onde explorávamos o nosso instrumento e, a certa altura, os nossos originais. Adorei a forma como os 5 recebíamos o trabalho uns dos outros e lhes dávamos vida. Explorámos diferentes géneros musicais e fizemos exercícios de grupo que foram muito interessantes. Esta disciplina deu para explorar várias vertentes e, além de tocarmos o instrumento pelo qual éramos avaliados, tivemos a oportunidade de criar arranjos, de trocar de instrumento e explorar outras valências. O Combo sempre foi uma disciplina que todos gostávamos e que nos fechava numa pequena bolha durante umas horas. Fez-nos crescer musicalmente e pessoalmente. O Canto, claro está, era um dos meus grandes focos durante todo o curso. Iniciei este percurso com o grau 0 de canto, sem confiança nenhuma em mim e na minha voz. Mas como escrevia canções e gostava de as cantar no quarto, quis aprender a cantar e de facto investir nisso e crescer nesse sentido.

A Diana Martínez acreditou em mim desde o dia 1, quando fui lá perguntar-lhe se achava que a minha voz valia alguma coisa. Mesmo quando eu duvidava de mim, ela acreditava. Acreditava e tanto acreditou que isso se refletiu em toda a minha evolução. Nestes dois anos que passaram, além de professora, a Diana tornou-se numa grande amiga. É com quem gosto de escrever canções e de cantar. Teve um impacto enorme na minha vida e certamente continuará a ter um papel muito importante em tudo que eu alcançar.

Este curso tem-te permitido evoluir e alcançar o que pretendes?
Sim. Tendo em conta estes dois anos que passaram, ganhei confiança no que consigo fazer e que com trabalho e dedicação, conseguimos chegar muito longe. Rodeada de pessoas incríveis, criei relações que vou levar comigo para a vida toda. Rodeada de talento, trabalhei e entreguei-me ao curso de forma a ser cada vez melhor. Tenho me posto à prova e testado aquilo que consigo fazer. Tudo o que aprendi ajudou-me a ser melhor. 

Tenho orgulho neste percurso, que continua a acontecer. Tudo o que aprendi permite-me tocar com diferentes pessoas e perceber o que está a acontecer sem terem de mo dizer. Ajuda-me a comunicar através da música e só da música.

Define a RockSchool Porto em três palavras.
Casa, Companheirismo, Talento

Quais são as tuas inspirações ou referências?
Pergunta difícil, à qual nunca consegui responder. Gosto de me deixar influenciar pelo que me rodeia. Gosto de me deixar inspirar por quem me é mais próximo: pelos meus amigos, pela minha família e pelos meus professores. Gosto de ouvir música, seja ela qual for, e reparar em pequenas partes com as quais me identifico mais.

Gosto muito da nossa língua portuguesa. Gosto muito do trabalho do João André e da Diana Martínez, que contemplam uma lista grande de artistas. Gosto do trabalho do Alexandre Almeida, do João Bessa e do João Pimenta Gomes. Sou inspirada constantemente pela forma como o João Mascarenhas e o Francisco Rua vivem e respiram música, pela alegria com que o André Hollanda contagia os corredores da escola, pela simplicidade com que o Pedro Vieira fala de cabos com fase invertida que ligados a X dão Y. Sou inspirada pelo sorriso da Diana, que todos os dias me põe a rir quando entro na escola. Sou inspirada pelo carinho com que o Júnio nos acompanha e como “congela” e torna eternos os nossos melhores momentos. Adoro ouvir os meus amigos a tocar, gosto de os ver em palco e acima de tudo, gosto de tocar com eles. Sou inspirada todos os dias pelo olhar apaixonado com que entram nos ensaios. 

As minhas maiores referências são as pessoas com quem passo mais tempo. O resto é banda sonora do meu estudo. Também me inspira, mas quem me acompanha é a minha verdadeira inspiração.

Quais são os teus objetivos futuros?
O meu objetivo é continuar a tocar e a cantar. Gosto de escrever canções e de contar a minha versão deste nosso mundo. Não há nada melhor que subir a um palco e fazer aquilo que mais gosto. Estou a acabar a licenciatura em Som e Imagem e planeio fazer um Mestrado em Comunicação e Gestão das Indústrias Criativas. 

Aceito que tenhamos de ter um plano B. Mas o meu plano A será sempre a música. Seja a tocar para alguém ou a cantar as minhas canções, será sempre a música.


BIOGRAFIA

Caetana Aguiar, 21 anos, é uma cantautora que tem vindo a construir uma carreira a solo no mundo da música. Focada na língua portuguesa, o seu género principal é o pop, sendo influenciada por estilos como bossa nova, indie e rock. É através da composição de diferentes harmonias, melodias e letras que esta rapariga consegue contar diferentes histórias, sendo esta a sua maneira de se exprimir e contar a sua visão do mundo.

Com apenas 5 anos iniciou o seu percurso na guitarra, aos 5 anos completou o 5º grau de Piano Clássico e Formação Musical no Conservatório do Porto e este ano completou o Curso Vocacional de Música Moderna da RockSchool Porto (Vocational Qualifications da RSL Awards), tendo completado o 8º Grau de Canto.

Neste momento, faz parte dum projeto musical no qual assume a Direção Musical, acompanhada por mais duas pessoas. Juntos preparam concertos solidários que visam ajudar associações carenciadas. Este projeto engloba um grupo de 40 pessoas no coro, mais uma banda formada por 7 músicos.

Dedicada ao seu projeto a solo, nos últimos e próximos meses teve e tem algumas datas nas quais pretende mostrar novas músicas.
Recentemente começou a trabalhar com o João André, com quem está a produzir alguns dos seus temas originais.


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Links de Vídeo
Broken (Studio Session) - Caetana Aguiar 
Fica p'ra Depois ao vivo no Hard Club Porto 

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